Saguenail & Regina Guimarães na Casa das Artes, Porto
Na abertura de 2021, o Cineclube do Porto presenteia-nos com excelentes filmes sob a égide da(s) Marginalidade(s). Cinema “À Margem”, o mesmo é dizer, personagens (e por que não realizadores?) que resistem aos padrões da normalidade.
De entre este cardápio cinematográfico, destaco dois Artistas, para não cair nas redutoras classificações, Saguenail e Regina Guimarães, cuja obras merecem ser (re)descobertas. Pela profundidade. Pela Mestria. Pela Poesia.
Visitem a Hélastre.
RESISTÊNCIA
dois filmes realizados durante o confinamento (101′)
[Quinta-feira, 14 de janeiro | 19h30]
CINECLUBE (17′), Saguenail
Discutir cinema em tempo de pandemia – uma revisitação dum cineclube online, ao cabo de trinta sessões de debate pós-visionamento que decorreram durante o primeiro confinamento.
Uma das preciosidades deste confinamento foi a criação do Cineclube on line “Afiar o olho em casa”. Sessões com programação de Saguenail e curadoria de Rui Amaral, de (re)descoberta cinéfila de tertúlias animadas. Pessoas com uma paixão em comum – o Cinema – que paulatinamente foram estreitando laços. Elos cinéfilos…
Os diálogos escritos por Regina Guimarães são lindos!
CADERNO DO CONFINAMENTO (84′), Regina Guimarães
No dia 13 de março de 2020, a minha cabeça, o meu corpo, a minha casa, transformaram-se numa espécie de convento. Este é o caderno videográfico do confinamento, um objecto feito a mais duma centena de mãos, porque o meu cinema, o meu infra-proto-cinema deve ser feito por todos e, quanto mais deveras for feito por todos, mais se harmonizará com o meu desejo .
SINE CANONE
Curtas-Metragens (95’)
[sexta-feira, 15 de janeiro | 19h30]
CADERNO DO VERÃO (16′), Regina Guimarães
A montagem aproxima realidades afastadas no tempo e no espaço: por um lado, as inimagináveis imagens da revolução cultural chinesa, por outro, a indolência dum verão povoado de netos…
CADERNO DO SEBASTIÃO (8’30), Regina Guimarães
Um curtíssimo texto teatral, resultante duma oficina de escrita proposta pela Regina, interpretado pelo seu autor, Sebastião.
CADERNO DOS MUROS (11’30), Regina Guimarães
Uma deambulação em S. Miguel dos Açores entre muros de pedra, de flores, de bruma.
CADERNO DO ANIVERSÁRIO (9’30), Regina Guimarães
Pequena homenagem à minha mais antiga amiga, inesperadamente presente na festa dos meus 60 anos e brutalmente desaparecida pouco tempo depois.
A MENINA DE SEU PAI (26′), Regina Guimarães
Através de farrapos de cantigas e de fragmentos de memórias, evoca-se a idade do ouro de Albertina, a menina de seu pai – criança crescida sob o signo da perda irreparável.
O CEMITÉRIO (24′), Saguenail
A partir duma célebre cena de «Hamlet» de Shakespeare, uma reflexão acerca da memória e do esquecimento em que o telemóvel se apresenta como um vasto cemitério.